sábado, 28 de agosto de 2010

Praia de Pipa se divide entre a natureza e o crack!

Júnior Santos População e turistas de Pipa têm que conviver com a insegurançaPopulação e turistas de Pipa têm que conviver com a insegurança
Roberta Trindade - Repórter

O lugar é paradisíaco, o mar, o verde, as ruas estreitas, o jeito acolhedor da praia de Pipa envolve turistas e nativos. Caminhar pela orla marítima, tomar uma água de coco sentado na praça ou simplesmente ir à noite para a balada. Não tem quem não se apaixone pela região. Sem contar com o peixe frito, o camarão no alho e óleo, a cerveja gelada. Os turistas amam. Noruegueses, americanos, italianos, espanhóis. Eles chegam e logo estão adaptados ao meio, mas não é só de alegrias que vive este lugar cheio de encantos. Quem escolhe Pipa para passar férias ou para morar tem que conviver com o “mal do século” - o tráfico de drogas.

A reportagem da Tribuna do Norte esteve em Pipa e todos os entrevistados possuem a mesma opinião. O problema da localidade foi detectado como sendo uma pedrinha branca que até parece inofensiva, mas que causa um mal gigantesco a toda sociedade – o crack.

Na praia de Pipa circula o panfleto: “Violência em Pipa e em Tibau do Sul”. Quem escreveu e distribuiu para a população, sem dúvida queria protestar. Em um dos parágrafos consta a seguinte frase: No prazo de um ano foram assassinados na praia de Pipa três turistas. Um sueco, um alemão e agora (23 de agosto) uma portuguesa. Onde estão os assassinos? A passividade da população é incrível. Ninguém protesta. Ninguém faz nada!

Ana Lúcia Dias Marinho, 26 é nativa e trabalha como domestica. Ela afirma que a situação de Pipa é preocupante por causa do tráfico que ocorre diariamente. Quem quer maconha, crack ou até cocaína consegue facilmente sem ter que gastar a sola da sandália. É muito fácil encontrar quem indica o lugar ou a pessoa certa para vender o entorpecente. Pontos de drogas não faltam. “O problema é que a polícia prende os traficantes em um dia e solta no outro”.

Para Raissa Penner,19, vendedora, a situação é gravíssima. “Sem dúvidas, o que estraga a região é mesmo o crack. A polícia não dá conta”.
Guido Penner, 45 pai de Raissa vai mais fundo e acredita que existe solução para o problema. “Se tivesse um trabalho verdadeiro da polícia, não seria desta forma”.

Para Guido que conhece boa parte do país e já morou na Itália falta iniciativa. Vontade política para que o problema do tráfico de drogas seja exterminado na região.

Já para o gerente de restaurante João Batista de Melo todo mundo sabe onde vende droga. “Durante a noite é muito pior. Os turistas se envolvem com drogados porque querem o crack, a maconha, mas depois ocorre o pior. São assaltados. Quem procura acha mesmo”.

João conta que todos os dias caminha cerca de dois quilômetros para chegar até o trabalho e nunca foi assaltado. “Só tem assalto porque tem o crack”.

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